Quando eu era criança e gripava, minha mãe dava sempre uma colher de sopa de mel para reduzir minha tosse. Sempre achei isso curioso. Como uma geleia doce feita por insetos poderia me trazer algum bem?
Hoje, como estudante de farmácia aprendi muito mais do que imaginava sobre o poder da natureza e seu potencial de cura para diversas doenças que acometem todos os seres dos reinos animal e vegetal.
Mas voltando ao mel, ele realmente traz benefícios a saúde como minha mãe acreditava e ainda acredita? Será se realmente pode ser um bom remédio para a tosse ou é apenas mito? Quais outros benefícios poderia ter a mais?
Pensando nisso, hoje vamos falar de Ciência.
O mel é, em suma, o alimento das abelhas melíferas que é produzido a partir do néctar das flores e sim, é dotado de uma miríade de propriedades terapêuticas (por isso é bastante utilizado na medicina popular). Há registros do uso do mel pelo antigo Egito como medicamento estando dentro de 500 dos 900 remédios da época.
Uma revisão realizada como trabalho de conclusão de curso no Centro Universitário Ritter dos Reis analisou seis estudos clínicos sobre o efeito terapêutico de mel de abelha e própolis em sintomas e parâmetros de doenças respiratórias.
A partir dos estudos analisados, o mel apresentou as seguintes atividades:
Antimicrobiano em pacientes com Rinossinusite; e
Redução dos episódios de tosse;
Já o própolis, foram observados os seguintes efeitos:
Redução da dor, inchaço e vermelhidão da garganta;
Redução dos principais sintomas da asma;
Redução da tosse, dispneia e hiperresponsividade das vias aéreas; e
Redução do tempo de internação dos pacientes diagnosticados com COVID-19.
Mas o que há no mel que lhe dá essas propriedades medicinais?
O mel é composto por água, açucares, aminoácidos e substâncias ativas como compostos fenólicos e flavonoides, logo possuem uma significativa atividade antioxidante principalmente os méis mais escuros. Essa atividade ajuda a prevenir a formação de radicais livres e reduzir efeitos inflamatórios importantes bastante comprovado cientificamente.
Resumindo:
O mel é perfeito e Minha mãe estava certa!!
É isso pessoal, espero que tenham gostado e compartilhem com os amigos e família.
Se você encontrou algum erro, alguma informação errada ou gostaria de acrescentar,
deixe seu comentário, a Ciência e História agradece sua participação.
Referências:
G. A. de Oliveira, “Uso de mel e própolis no tratamento de parâmetros associados às infecções do trato respiratório,” Centro Universitário dos Reis, 2022.
C. de G. Mendes, J. B. A. da Silva, L. X. de Mesquita, and P. B. Maracaja, “As Análises De Mel: Revisão,” Rev. Caatinga, vol. 22, no. 2, pp. 7–14, 2009.
H. Negra, “Compostos Bioativos Em Mel Produzidos Na Campanha,” Congrega Urcamp. 2016.
P. S. Oliveira, R. C. S. Müller, K. Das Graças Fernandes Dantas, C. N. Alves, M. A. M. De Vasconcelos, and G. C. Venturieri, “Ácidos fenólicos, flavonoides e atividade antioxidante em méis de Melipona fasciculata, M. flavolineata (Apidae, Meliponini) E Apis mellifera (Apidae, Apini) da Amazônia,” Quim. Nova, vol. 35, no. 9, pp. 1728–1732, 2012, doi: 10.1590/S0100-40422012000900005.
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